O mapará (Hypophthalmus edentatus) é um peixe de água doce teleósteo, siluriforme, da família dos hipoftalmídeos conhecido popularmente de cangatá, mapurá, mandubi, mapará-de-cametá.
O peixe mapará é uma espécie de peixe de água doce bastante popular no Brasil, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. Ele habita grandes rios como o Amazonas, o Araguaia e o Tocantins, e é bastante apreciado por sua carne saborosa e pela importância que desempenha nas economias ribeirinhas.
A pesca do mapará é uma atividade crucial para muitas comunidades locais, sendo uma das espécies mais capturadas e comercializadas nessas regiões. Além de sua relevância econômica, o mapará também exerce um papel ecológico fundamental nos ecossistemas fluviais onde vive.
Este peixe tem uma série de características que o tornam adaptado ao seu habitat e às suas estratégias de sobrevivência. O mapará é conhecido por ser um peixe de porte médio a grande, que se alimenta predominantemente de matéria orgânica encontrada no fundo dos rios, atuando como um reciclador natural.
Durante a temporada de cheia, ele migra para áreas alagadas, onde encontra condições ideais para reprodução. Além disso, sua ausência de escamas e seu formato corporal contribuem para sua eficiência como nadador nas águas turvas e de correnteza, garantindo sua sobrevivência em ambientes diversos.
Hoje no blog do pescador vamos trazer aos nossos leitores algumas informações detalhada sobre as características, tipos, reprodução, alimentação e habitat do peixe peixe mapará.
Ele tem origem no estado do Pará, onde sua pesca é um evento cultural muito tradicional que envolve a população nativa em uma grande festa.
Características do peixe mapará
O mapará é um peixe de médio a grande porte, podendo atingir até 80 cm de comprimento e pesar cerca de 8 kg, embora indivíduos menores sejam mais frequentemente capturados. Seu corpo é alongado e levemente achatado lateralmente, o que favorece sua movimentação em águas correntes.
Uma das características mais distintivas do mapará é a ausência de escamas, o que lhe confere um aspecto liso e facilita o preparo culinário. Ele possui uma coloração prateada ao longo do corpo, com um ventre mais claro e uma parte dorsal ligeiramente mais escura, o que ajuda a camuflá-lo no ambiente lamacento dos rios.
Suas nadadeiras são pequenas em relação ao corpo, mas bem adaptadas para nadar em águas rápidas e turvas. A cabeça do mapará é relativamente pequena em comparação ao corpo, e a boca inferior, que se abre voltada para baixo, é uma adaptação notável que permite a esse peixe se alimentar de organismos que vivem no fundo dos rios.
Essa morfologia bucal é essencial para sua estratégia alimentar, já que o peixe consome principalmente matéria orgânica em decomposição e pequenos invertebrados aquáticos. Outra característica notável é o seu sistema sensorial, que o ajuda a se orientar em ambientes onde a visibilidade é baixa devido à alta turbidez da água.
Reprodução do peixe mapará
A reprodução do mapará está intimamente ligada aos ciclos sazonais de cheias e vazantes dos rios. Durante a estação chuvosa, quando os rios enchem e áreas ribeirinhas ficam alagadas, o mapará migra para essas áreas de várzea, que oferecem as condições ideais para a desova.
Nessas áreas, a água é mais calma, há abundância de alimento e menos predadores, proporcionando um ambiente seguro para a reprodução.
O mapará é uma espécie de desova externa, o que significa que a fêmea libera seus ovos na água, onde são fertilizados pelo macho. As fêmeas são altamente férteis, podendo liberar milhares de ovos em uma única desova. Após a fertilização, os ovos eclodem rapidamente, e os alevinos começam a se alimentar de plâncton e outros pequenos organismos aquáticos presentes nas águas rasas das áreas alagadas.
Durante os primeiros estágios de vida, os alevinos permanecem nas áreas de várzea, onde encontram proteção e alimento abundante.
À medida que crescem, os juvenis migram de volta para o leito principal dos rios, onde continuam seu desenvolvimento até atingirem a fase adulta. O ciclo de vida do mapará é diretamente influenciado pelas flutuações sazonais do nível da água, tornando-o uma espécie altamente dependente da integridade dos ecossistemas ribeirinhos para completar seu ciclo reprodutivo.
Alterações no regime de cheias e vazantes, causadas por atividades humanas como a construção de barragens, podem interferir nesse ciclo natural, prejudicando a capacidade de reprodução da espécie.
Alimentação do peixe mapará
O peixe mapará é planctívoro e se alimenta de crustáceos planctônicos como cladóceros, copépodos e ostracodes, além de detritos e plâncton.
Curiosidades sobre peixe mapará
Um das curiosidades bem interessante sobre este peixe seria sobre ser um peixe que não possui dentes.
Habitat do peixe mapará
O mapará habita nos fundos macios e lamacentos em águas abertas ou lagos.
O habitat natural do mapará são os grandes rios da Amazônia, como o Rio Amazonas, o Rio Tocantins e o Rio Araguaia. Ele prefere águas de correnteza moderada a forte e se adapta bem a ambientes com sedimentos abundantes no fundo, como áreas de leito lodoso ou arenoso.
Este peixe é amplamente distribuído em toda a bacia amazônica, onde sua presença é vital para a saúde dos ecossistemas aquáticos. Ele também pode ser encontrado em áreas alagáveis durante a estação chuvosa, quando a inundação das planícies ribeirinhas oferece novas oportunidades de alimentação e reprodução.
O ciclo sazonal de cheias e vazantes dos rios amazônicos tem um impacto direto sobre o comportamento do mapará. Durante a cheia, ele migra para áreas de várzea inundadas, onde a oferta de alimento é maior e o ambiente mais seguro para a reprodução.
Nesses períodos, o mapará aproveita a abundância de matéria orgânica para se alimentar e cresce rapidamente. Já na vazante, o peixe retorna para o leito principal dos rios, onde as condições de alimentação são mais limitadas, mas onde a sobrevivência é favorecida pela estabilidade das águas.
As mudanças nas condições ambientais, como a poluição e a construção de barragens, afetam diretamente os habitats do mapará. A construção de hidrelétricas, por exemplo, altera o curso natural dos rios e fragmenta os habitats, impactando negativamente as rotas migratórias que são fundamentais para sua reprodução e alimentação.
Onde encontrar o peixe mapará?
Este peixe é encontrado no Brasil nos estados do Amazonas, Mato-grosso, Rondônia e São Paulo.
Dicas para pesca do peixe mapará
Equipamento:
Os equipamentos utilizados para esta pesca são equipamentos do tipo leva a médio. As linhas podem ser de numeração 17, 20, 25 e 30 lb e o ideal seria o uso de empates curtos por causa da boca pequena.
Anzol:
Os anzóis usados nesta pesca podem variar entre os números de 2/0 a 8/0 e você pode usar diversas iscas.
Tipos de iscas para pescar o peixe mapará:
As melhores iscas são pequenos crustáceos e minhocas.
Receitas com peixe mapará
Receita de mapará empanado
Ingredientes
– 1 kg de filé de mapará limpo;
– 1 l de água fervente;
– 1 limão;
– 1/2 cebola;
– 4 ovos;
– 2 e 1/2 xícaras de farinha de mandioca;
– 2 dentes de alho;
– Sal a gosto;
– Pimenta-do-reino a gosto;
– Cheiro-verde picado a gosto;
– Óleo de cozinha.
Modo de preparo:
- Em primeiro lugar, coloque os filés em uma bacia e despeje a água fervente e deixe o peixe descansar por 1 minuto e escorra.
- Em seguida, tempere o peixe com todos os ingredientes. Reserve
- Depois, em um prato raso, bata os ovos com um garfo.
- Coloque a farinha de mandioca em uma vasilha ou prato raso;
- Em seguida, passe os peixes no ovo batido e, depois, na farinha até ficarem bem empanados;
- Depois, aqueça bastante óleo em uma frigideira grande ou panela;
- Frite os filés empanados até ficarem bem dourados;
- Em seguida, retire da frigideira e escorra em papel-toalha;
- Se desejar, decore um refratário com folhas de alface e rodelas de tomate, distribua os filés fritos no centro e sirva.
Receita de moqueca de peixe mapará:
Receita de peixe de mapará ao molho:
O Mapará é um peixe muito popular e consumido no brasil e no mundo. como mencionamos ele tem características como o dorso azulado, ventre esbranquiçado e nadadeira dorsal truncada.
Além disso, este peixe não possui dentes em suas mandíbulas, mas inúmeros raios branquiais longos que são utilizados como uma peneira para se alimentar.
